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O Que É O Pedágio 'Free Flow'? Modelo É Criticado Na Gestão Tarcísio
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Os testes desse sistema já começaram na Rodovia Rio-Santos (BR-101), entenda como funcionam
- Por Anderson Santos
- 06/08/2023 23h40 - Atualizado há 1 ano
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, está considerando a implantação de um novo sistema automático de pedágio com tráfego livre nas estradas do estado.
Esse sistema cobraria os motoristas com base no trecho percorrido, utilizando tags como o Sem Parar ou a identificação das placas dos veículos.
Os testes desse sistema já começaram na Rodovia Rio-Santos (BR-101), no trecho entre Ubatuba e Rio de Janeiro, e o objetivo é estender o "free flow" para todas as rodovias estaduais.
No entanto, essa proposta tem gerado críticas em algumas cidades, especialmente aquelas que têm estradas importantes que funcionam como vias urbanas de acesso entre municípios próximos. Por exemplo, cidades do litoral sul de São Paulo, como Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe, utilizam a Rodovia Padre Manoel da Nóbrega como uma espécie de "avenida" local.
A preocupação é que, com a implantação do novo sistema de pedágio, os motoristas podem ser cobrados com frequência por trajetos considerados básicos, como deslocamentos dentro da cidade ou entre cidades vizinhas.
A falta de vias alternativas para esses trajetos pode aumentar o impacto financeiro para os moradores locais, tornando deslocamentos cotidianos mais onerosos.
Tire suas dúvidas sobre como funciona o sistema de pedágio free flow — Foto: Reprodução
Nas discussões com vereadores do litoral sul, foi mencionada a possibilidade de colocar nove pontos de cobrança ao longo da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, sem a necessidade de cabines tradicionais de pedágio. Caso a proposta seja aprovada, os motoristas poderiam pagar R$ 11,70 para percorrer o trajeto de ida e volta entre Praia Grande e Peruíbe.
Essa medida também poderia afetar deslocamentos essenciais, como idas ao hospital, postos de saúde e supermercados, uma vez que as cobranças seriam aplicadas a qualquer trecho percorrido pelos motoristas, mesmo que sejam necessidades básicas do cotidiano.
Além disso, fatores como a presença de pontes que ligam diferentes partes da cidade não foram considerados no projeto, resultando em cobranças mesmo para trajetos curtos dentro do mesmo município.
"Seriam nove pontos de cobrança de R$ 1,30 cada, mas ainda não foram definidos os lugares. Foi marcada uma audiência na Alesp [Assembleia Legislativa de São Paulo] neste mês para apresentar o projeto", disse.